quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Coprofagia
Coprofagia é um comportamento mais observado em cães, raro em gatos, que consiste na ingestão das próprias fezes, ou de outro animal. É observada principalmente em animais jovens, sem predileção de sexo ou raça. Existem diversas motivações para que o animal exiba este comportamento. Dentre elas podemos citar:
• Durante as primeiras semanas de vida dos filhotes, as cadelas fazem estimulação anogenital dos filhotes, ingerindo suas excretas, estimulando e excreção dos cãezinhos, e mantendo o ninho limpo, evitando que o local fique contaminado. Este comportamento, nesta época da vida, é natural e necessário. Assim que os filhotes estiverem mais crescidinhos a cadela usará de outros meios para ensiná-los a defecar longe da área aonde eles dormem e são alimentados. Ela passará a se levantar do ninho alguns minutos antes deles estarem totalmente saciados. Os filhotes então procuram as tetas, para continuar a mamada, e saem do ninho atrás da mãe, e assim, defecam fora do ninho (o que normalmente ocorre logo após o fim da mamada).
• Animais jovens podem usar a coprofagia como mais um método de exploração do seu ambiente, principalmente se forem animais mantidos por longos períodos em ambientes empobrecidos e vazios.
• Gosto. Embora difícil para os proprietários aceitarem, alguns animais, simplesmente gostam do cheio, sabor e textura das fezes, e as ingerem, principalmente em se tratando de fezes de gatos, devido ao teor proteico.
• Cães com polifagia podem buscar material fecal como meio de saciar seu apetite excessivo.
• Animais com má absorção, devido a problemas como insuficiência pancreática doenças intestinais, ou verminoses, ou cães com dieta inadequada (baixos níveis proteicos, alimentação insuficiente ou dietas muito ricas em carboidratos e fibras) podem necessitar de nutrientes adicionais, e para suprir esta carência, ingerem fezes.
• Quando mais de um cachorro é alimentado ao mesmo tempo, e no mesmo preto, um deles, dominante, pode ingerir muito mais ração que o outro, impedindo com que o mais submisso fique saciado, e, portanto possa desenvolver a coprofagia.
• Alguns estudos também mostram que cachorros alimentados uma única vez ao dia, tendem a comer as próprias fezes mais dos que os cães alimentados duas ou mais vezes por dia, pois alguns cães possuem uma dificuldade maior de absorver os nutrientes se eles forem oferecidos em uma única grande porção de alimento. Os nutrientes, nestes casos, acabam passando direto para as fezes do animal que, mais tarde, sentindo-se mal nutrido, acaba voltando nas próprias fezes para se alimentar.
• Os cães podem descobrir que a coprofagia resulta na imediata atenção dos donos, e assim, utilizam este comportamento para obtê-la.
• Alguns cães inclusive desenvolvem a coprofagia, por terem sido excessivamente punidos ao defecarem, portanto eles tendem a limpar o ambiente e evitar a punição. O grau necessário de severidade da punição para causar tal reação vai depender da sensibilidade individual de cada cachorro. Ou seja, nem sempre é preciso que o cachorro seja “espancado” a cada acidente para que ele passe a comer as próprias fezes.
• Maus hábitos de higiene também têm sua contribuição. Animais q ficam presos em locais pequenos e sujos podem desenvolver a habilidade de limpar a área por conta própria.
• A coprofagia pode também ser um comportamento ligado à ansiedade, ansiedade de separação, ou mesmo um transtorno compulsivo.
São vários os fatores de risco, como confinamento, falta de estimulação, doença pré-existente, dieta não balanceada adequadamente, fácil acesso às fezes e ansiedade, e cabe ao veterinário, distinguir entre as causas clínicas e comportamentais, para poder tentar a melhor alteração de manejo e tratamento para este animal, que pode incluir somente uma mudança de manejo, ou esta, associada com administração de medicamentos.
Existem algumas medidas que podem ser tomadas como preventivas à coprofagia, ou até mesmo para tentar diminuir a incidência do comportamento, se o seu cão já tiver começado a apresentar o problema. Dentre elas:
• Alimente seu cão pelo menos duas vezes por dia (filhotes até 6 meses vão precisar ser alimentados pelo menos 3 vezes por dia) e com uma ração de boa qualidade.
• Se você possui mais de um cachorro na casa, alimente-os em pratos separados e certifique-se que todos estão tendo oportunidade de comer direitinho.
• Procure manter o jornal do seu filhote sempre bem limpinho e, de preferência, não deixe o filhote ver você limpando as fezes. Não queremos que o filhote muito inteligente resolva imitar o seu comportamento.
• Não brigue com o seu filhote se ele já tiver feito o cocô ou xixi no lugar errado. Somente chame a atenção dele, se ele for pego no ato!
• Se você começar a ver movimentos circulares pegue seu cão no colo e leve-o imediatamente para o local permitido. Se ele já estiver no meio do xixi, ou do cocô, não espere ele acabar. Interrompa-o com um sonoro "AÍ NÃO", pegue o bicho no colo e leve-o imediatamente para o jornal. Chegando no jornal NÃO brigue com o filhote, pelo contrário faça a maior festa do mundo e se uma gotinha de xixi ou cocô cair no jornal faça ele se sentir o mais amado dos bichos.
• Observe sempre que o seu cachorro for ao banheiro e crie uma rotina para distraí-lo assim que ele fizer o cocô. Acabado os negócios chame-o para um cômodo bem longe da área com o jornal e dê um biscoitinho para o totó. Enquanto ele fica distraído comendo o biscoitinho limpe o jornal rapidamente, sem deixar que o peludo veja.
• Se você também tem gatos em casa, coloque as bandejas sanitárias em um local ao qual o cão não tenha acesso.
• Palitinhos de probiótios e prebióticos são bons para formar uma flora intestinal adequada no cão.
• Se o seu veterinário prescrever um vermífugo lembre-se que é muito importante seguir a risca as orientações dadas por ele. Administre o remédio na dose correta e nos dias exatos para não perder o ciclo dos parasitas.
• Você pode também perguntar ao seu veterinário se ele recomenda algum tipo de "aditivo" para colocar na comida do seu cachorro e tornar as fezes desagradáveis. Existem produtos importados para este fim e também algumas alternativas "caseiras" mas NUNCA faça nada sem consultar o seu veterinário primeiro.
• Reserve uma parte do dia para dar atenção e exercitar o peludo.
A medida mais importante que você tem a tomar para resolver este caso é consultar seu veterinário de confiança, pois somente ele é capaz de fazer o diagnóstico correto, e diferenciar os diversos tipos de causa, para resolver o tratamento, da coprofagia, e de alguma doença primária ou secundária à coprofagia, se for o caso.
Outra coisa importante que o proprietário de um cão coprofágico deve saber, é que para retirar este comportamento de um cão, é necessária muita paciência e supervisão, e que em casos em que o animal já exibe o comportamento de coprofagia há muito tempo, o prognóstico é reservado e o problema pode persistir, apesar do tratamento.
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